Sem dúvida alguma o setor fiscal será um dos mais impactados na reforma tributária. Isso porque será necessário, por parte dos contadores, tributaristas e analistas dos departamentos fiscais, antecipar-se para sair na frente e atender as empresas e auxiliá-las a se manterem em conformidade com o novo regramento fiscal.
Tendo isso em vista, é importante compreender os principais impactos positivos e negativos da reforma tributária no setor fiscal, Afinal de contas, a reforma inicia o seu período de transição em 2026 e trará mudanças significativas que se estenderão até 2033.
Uma breve contextualização sobre a reforma
O principal objetivo da reforma tributária é a simplificação e unificação dos tributos que incidem sobre a aquisição de bens e serviços. Será criado um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) para substituir os impostos federais PIS, Cofins e IPI, o estadual ICMS e o municipal ISS.
O IVA será desdobrado em dois impostos: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência da União, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de competência subnacional. Haverá também um imposto de caráter regulatório, o Imposto Seletivo (IS), que incidirá sobre o consumo de bens que prejudicam a saúde ou o meio ambiente.
Além da unificação dos impostos, a Reforma Tributária propõe trazer mais transparência para o regramento fiscal do país e reduzir a complexidade do sistema tributário sobre o consumo de bens e serviços. Espera-se que, com isso, a reforma impulsione a economia brasileira, podendo resultar em um crescimento do PIB superior a 10% ao longo de uma década.
No entanto, há diversos pontos que devem ser debatidos no Legislativo e no Executivo nos próximos meses e anos antes de a Reforma Tributária começar a valer de fato em 2033, quando se encerra o período de transição. Entre os principais pontos estão:
- Regulamentação do IVA: definição da alíquota média do IVA, prevista para ser de 26,5%, com variações possíveis entre 25,7% e 27,3%.
- Definição dos produtos da Cesta Básica: produtos que terão imposto zerado.
- Regras para o Sistema de Cashback: definição do funcionamento do cashback para contas de casa, como luz e gás.
- Funcionamento do Imposto Seletivo: regras para o imposto que incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
Essas medidas, entre outras, serão definidas por meio de leis complementares, em um processo que exigirá cooperação entre o Governo e o Congresso.
Oportunidades no Setor Fiscal na reforma tributária
A reforma tributária proporcionará uma série de oportunidades para o setor fiscal. A contabilidade tributária será crucial para garantir a integridade das informações e o compliance fiscal das companhias de todos os portes.
Além disso, o setor fiscal deverá liderar e orientar as empresas durante a transição para o novo sistema tributário, colaborando com outros setores estratégicos das companhias. Se você deseja saber mais sobre a reforma tributária, seus objetivos, impactos nos negócios e as oportunidades que ela trará para o setor fiscal, clique aqui e fale com o nosso time de especialistas.
Benefícios esperados da reforma
A nova sistemática de tributação terá grande impacto nos setores, confira alguns dos principais a seguir:
- redução da quantidade de impostos;
- redução de regimes específicos;
- correção de distorções causadas por interpretações diversas da legislação;
- diminuição das ações jurídicas de caráter tributário;
- eliminarão da cumulatividade dos impostos;
- créditos ao longo da cadeia de consumo conforme o imposto pago em cada fase de circulação.
Desafios e problemas para o setor fiscal na reforma tributária
Com o novo regramento, surgem muitos problemas a serem resolvidos que as empresas ainda não conhecem e que precisam se preparar. O que também pode ser visto como oportunidade para o setor fiscal na reforma tributária.
À medida que a reforma avança, os desafios aumentam e as companhias necessitarão cada vez mais de orientação e direcionamento sobre como se planejar e se adequar às mudanças legislativas.
Entre os principais desafios estão:
- Parametrização de sistemas: Adequar os sistemas de gestão às novas regras tributárias.
- Segmento submetido a regimes específicos: identificar e ajustar setores específicos.
- Acompanhamento do compliance do sistema: garantir que os sistemas estejam em conformidade com as novas normas.
- Serviços e bens sujeitos a regimes favorecidos: ajustar a tributação de serviços e bens que terão regimes tributários específicos.
- Impacto no custo das mercadorias: avaliar e ajustar os custos das mercadorias com a nova tributação.
- Impacto na precificação: ajustar os preços dos produtos e serviços de acordo com a nova carga tributária.
- Créditos dos impostos no modelo atual: definir quando e como restituir os créditos dos impostos no modelo atual.
- Ressarcimentos de impostos: Proceder aos ressarcimentos no modelo atual.
- Tributação na fase de transição: Garantir o compliance durante a fase de transição.
- Tributação da cesta básica: Ajustar a tributação dos itens da cesta básica.
- Apuração online via split payment: Implementar e ajustar o sistema de split payment.
- Mudanças nos documentos fiscais eletrônicos: Atualizar os documentos fiscais eletrônicos como NF-e, CT-e, NFC-e.
- Alterações nas obrigações fiscais: Ajustar o SPED e outras obrigações fiscais.
- Treinamento de pessoas: Capacitar as equipes para lidarem com as novas regras tributárias.
Papel do setor tributário
Diante disso, reforçamos que o setor tributário deve encabeçar e direcionar o trabalho, que deverá ser executado em conjunto com outros setores da empresa. Todas as áreas envolvidas no negócio devem elaborar planos de ação e execução para mitigar riscos fiscais e prejuízos financeiros decorrentes das mudanças no sistema tributário nacional.
O setor tributário é peça fundamental e deve proporcionar uma visão clara às partes interessadas, contribuindo para a viabilidade do negócio das empresas. Dessa forma, a importância do setor tributário será elevada na tomada de decisões, promovendo o compliance fiscal e os resultados das companhias.
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Jornalista e produtor de conteúdo no Tax Group, registrado sob o MTb 0018949/RS. Bacharel em Jornalismo pela UniRitter e pós-graduado em Marketing, Branding e Growth pela PUCRS. Atua como copywriter, com especialização em temas econômicos.