A linha de crédito ofertada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) juntamente com bancos privados já foi sancionada e disponibilizada às micro e pequenas empresas. Entretanto, empresários e entidades relacionadas relatam a dificuldade do acesso ao dinheiro.
Anunciada no final de março, a linha de crédito tem um orçamento total de R$ 40 bilhões para auxiliar as MPEs a pagarem suas folhas de pagamento, mas apenas 1% desse valor, cerca de R$413,4 milhões, foi emprestado até agora.
As condições para se obter crédito a partir dessa linha são facilitadas, sendo possível contar com carência de seis meses para o pagamento da primeira parcela, 30 meses para pagamento total e uma taxa de juros fixada em 3,75%. Mesmo assim, segundo o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Curi, há receio da parte dos bancos quanto a uma possível inadimplência por parte dos empresários, e, por isso, há a dificuldade de acesso ao crédito.
Joseph afirma também que a análise de crédito realizada nas instituições financeiras faz uso de uma metodologia anterior à crise e, por isso, deveria ser revista. Pela primeira vez, o dinheiro não é do banco, constituindo um risco para o Tesouro, completa o presidente do Simpi.
Os grandes bancos do Brasil afirmam que a linha está sendo disponibilizada, porém as condições variam de acordo com a instituição em questão. O Banco do Brasil, por exemplo, disponibiliza o crédito apenas às empresas conveniadas. Enquanto o Bradesco, por sua vez, o oferta de forma pré-aprovada por meio do Net Empresa ou Net Empresa Celular. Para o Santander, a concessão do crédito está condicionada ao cadastro da folha de pagamento na instituição. E, para o Itaú Unibanco, é necessário que as empresas interessadas não tenham atrasado nenhuma operação nos últimos seis meses e que possuam parte de suas contas de RH no banco.
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